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Cris Jalil


Sou aquariana e tenho 21 anos. A caçula de três filhas. Meus pais e irmãs – sempre protetores e carinhosos - compartilham duas paixões: a medicina e as artes. Ainda pequena, me aproximei, me envolvi e segui compartilhando dessa última paixão em família. Era uma criança de muita criatividade e imaginação. Hoje, muito pensativa e cheia de idéias na cabeça, sem nem sempre expressá-las, me considero um verdadeiro exemplo de “moça aérea”!

Cresci na companhia dos meus pais e das minhas duas irmãs até os 16 anos, quando meu pai faleceu. O laço que criamos me faz sentir que vivemos juntos até hoje.

Desde pequena, venho experimentando diversos tipos de expressão corporal, desde o futsal, a natação e a capoeira, até o balé e a biodança.
Hoje, quando me aproximo do fim do curso de Psicologia na UFBA, além do circo, faço yoga.

Quando pequena, fui algumas vezes ao circo acompanhada do meu pai. Lembro da energia que me envolvia naqueles momentos que passava em frente ao picadeiro, mergulhada em um mundo que se mostrava tão encantado. Tinha verdadeira admiração pela beleza e magia desse outro universo que o circo, a música e a arte em geral
representavam para mim. A não ser em fantasias de criança, nunca ousei me imaginar ali, não apenas assistindo, mas vivendo aquele mundo. Mal sabia eu que estaria alguns anos mais tarde do outro lado, no picadeiro.

Estudei em um colégio onde, assim como em casa, sempre fui estimulada a pensar e vivenciar questões sociais e artísticas. Foi no colégio que vi, pela primeira vez, colegas e amigos próximos fazerem tecido acrobático no teatro. Mas só alguns anos depois, em
2009, já na faculdade, resolvi procurar uma aula de tecido com o antigo professor de teatro do meu colégio. Experimentei uma aula e me encantei. A sintonia entre música, dança, tecido, corpo e mente me tirou os pés do chão! A leveza dos movimentos associada à força exigida... Alguns meses depois, passei a fazer aulas no Picolino, onde me senti definitivamente envolvida, cativada e conquistada pela energia do circo.

Hoje, o circo tem para mim uma representação muito ampla. Um lugar onde a gente se sente em casa, entre pessoas queridas. Um espaço de muito crescimento e desafios, que vão além do físico. E na montagem de “Moças Aéreas”, isso surgiu ainda mais forte, quando um grupo de mulheres com estilos de vida, gostos, aptidões e cotidianos diferentes se juntaram buscando um mesmo objetivo. Nesse projeto, lições aprendidas  no circo com a minha professora Luana Serrat se fortificaram e se tornaram mais visíveis: a convivência e o estímulo à diversidade, o companheirismo. A beleza de ver algo crescer e surgir tendo um pouquinho de cada uma e, ao mesmo tempo, todas juntas, é de encher os olhos.

Enfim, me ver, hoje, no centro do picadeiro é uma conquista no sentido de encontrar um lugar que também é meu. Ver como a vida surpreende e dá voltas, quando nos damos conta de que é possível superar e estar em posições que admiramos, e que um dia consideramos tão pouco possível para nós. Para mim, significa poder dar asas aos sonhos de uma criança que me acompanha por toda vida.

 Cristina Jalil

One Response so far.

  1. Anônimo says:

    Sua linda!

Comentário